quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Explosão de restaurante deixa três mortos e 17 feridos

Rio de Janeiro - Uma explosão em um restaurante na manhã de ontem, na região da praça Tiradentes, centro do Rio, deixou três mortos -sendo dois funcionários do local- e outros 17 feridos, sendo três em estado grave. Todos os feridos foram socorridos ao hospital Souza Aguiar. A explosão foi tão forte que os corpos das vítimas foram arremessados a cerca de 30 metros e encontrados do outro lado da rua. Os bombeiros encerraram à tarde as buscas por vítimas da explosão.
O prédio, na praça Tiradentes, vai continuar interditado, assim como o imóvel vizinho. O hotel Formule 1, que teve vidros estilhaçados com a explosão, foi liberado. Moradores e pessoas que têm escritórios nos prédios estão sendo liberadas, aos poucos, para subir e buscar pertences.
Sem autorização
O acúmulo de gás dentro do restaurante Filé Carioca é a principal hipótese do Corpo de Bombeiros para o acidente. De acordo com a corporação, com o restaurante fechado devido ao feriado, o gás pode ter vazado durante todo o dia de ontem, e a explosão pode ter acontecido quando os funcionários acenderam as luzes na manhã de ontem.
O prédio onde funcionava o restaurante não tinha autorização para usar GLP (gás de cozinha), de acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros e do secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões. Botijões do gás foram encontrados no local.
"A edificação não foi aprovada para utilização de gás combustível, seja sob a forma de cilindro GLP ou canalizado (de rua), não sendo admitido e não sendo permitido o abastecimento de qualquer tipo de gás combustível sem prévia autorização da DGST [Diretoria Geral de Serviços Técnicos]", diz laudo de agosto de 2010 do Corpo de Bombeiros do Estado.
Segundo o comandante da corporação, coronel Sérgio Simões, após esse período não foi feita nenhuma requisição oficial para o uso de gás no prédio, ou seja, os botijões estavam sendo utilizados de forma irregular.
 


O ACIDENTE
A explosão ocorreu por volta das 7h40. O entregador Júnior Antônio dos Santos, 29, que chegou meia hora atrasado para trabalhar, ajudou a reconhecer os corpos : Antônio Severino, chefe de cozinha, e Josimar dos Santos Barros, que trabalhava no local como sushiman. O terceiro corpo é de um funcionário do Bradesco, Mateus Maia Macedo, 19.
A explosão atingiu lojas até ao menos o 7º andar do edifício e dois estabelecimentos na lateral -uma loja de eletrodomésticos e uma sorveteria. O catador de latinhas Daniel Ferreira Luz de Oliveira, 34, viu o momento da explosão. "Eu estava do outro lado da calçada catando latinha quando ouvi um estrondo enorme. Vi o pessoal voando já tudo morto pro outro lado da calçada. Com o calor, já estavam até sem roupa. O impacto foi tão grande que chegou a derrubar um poste. Nunca vi uma cena daquela. Ficou gravada na minha cabeça", disse.
Cristiane Souza Garcia, 28, é dona de uma loja no segundo andar do prédio. Emocionada, ela conta que terminou de arrumar a loja de cabelos duas semanas antes da explosão. "A loja está destruída. Faz uma semana que a gente ajeitou ela", diz.

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